37 - O mano que é um gajo porreiro

A mensagem da minha irmã mais nova.

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O meu irmão Edu (Ado)

O meu irmão Eduardo é um gajo porreiro. Sempre foi, mesmo quando tinha de carregar com ele (!!!) e as tralhas dele da escola para casa, apesar dele ser apenas um ano mais novo que eu. Ou quando tive de me meter numa briga entre ele e outro puto maior que ele (era do meu tamanho).

Durante 8 anos, ele foi o meu irmão mais novo. Depois, foi destronado pelo caçula, mas isso é outra história.

Pois bem, era o meu irmão mais novo e, só por isso, o meu irmão pequenino. Era o Ado, nada cá de modernices de Edu e sei lá mais o quê, que só surgiu na adolescência. Era o Ado e era pequenino. Ai de alguém que lhe tocasse, que eu corria a protegê-lo e a defendê-lo. [É que ele era mesmo, mesmo, pequenino...]

Durante a nossa infância, brincávamos muito: à bola, ao "lá vai alho" (ainda hoje tenho problemas de coluna por causa daquele malvado jogo), aos índios e cowboys, à mosca, ao "mata"... Etc etc etc.

Também brigávamos de vez em quando, mas isso fez parte do nosso crescimento.

E trocávamos insultos, o que também fazia parte do nosso crescimento.

Ele chamava-me "cabelo palha d'aço" e "Big Foot", porque eu calçava o 39 (e tinha 1,69m de altura). Eu chamava-lhe Mr. Ed (lembram-se do Mr. Ed, o cavalo que fala"?), por causa do corta-palha, perdão, dos dentes.
Mas ele deixou de me chamar Big Foot quando passou a calçar o 39 e ainda nem tinha 1,60m...

Adiante... O Eduardo sempre foi um puto com um humor especial, que enganava a nossa Mãe a contar cometas, aquando das chuvas de estrelas de Verão. Era bom aluno, embora escrevesse com letrinha miúda para o Prof. Luís (da Primária), que tinha uns óculos extremamente graduados, não conseguir ler o que ele escrevia e, assim, marcava-lhe "certo" na mesma.

Cresceu, foi para o secundário, e aí surgiu o "Edu".

Depois, foi para a Universidade, e estudava informática. Passava o dia nos computadores e depois, chegava a casa e jogava SimCity... Para relaxar. Incrivelmente, nunca precisou de óculos, o que é quase ofensivo. Tal como  ser magrinho, o que também é quase ofensivo, dado ser "boa boca". Não fosse o colesterol, estava safo em tudo o que era cozinha. Pelo menos na parte de comer, pois na parte de cozinhar, a especialidade dele é Cerelac.

Entretanto, sai-me de Coimbra para ir pro Porto. Quando dou por ele, é um adulto com uma namorada gira, uma casa e um gato.
Depois casou-se, e agora, que até já tem moooontes de cabelos brancos (se tivesse o meu cabelo palha-d'aço, não teria tantos), estou só à espera que venha um(a) sobrinho(a) para o ver ser papá e educador (é que educar um gato como se fosse um cão não é muito promissor, mas... apelo ao bom senso da minha cunhada...).

O meu irmão Eduardo é um gajo porreiro. Eu gosto muito dele, e não é só por ele me aturar once in a while, nem me dar boleias, nem me ter emprestado o portátil para escrever o meu relatório de fim de curso.

Eu gosto muito dele porque quando olho para ele, não vejo as rugas no canto dos olhos, nem os cabelos grisalhos, nem a barba a despontar, mas sim o menino a quem eu dava a mão e com quem ia brincar para os baloiços ao pé da piscina municipal. O meu irmão pequenino.

Hoje o meu irmão Ado faz 37 aninhos.
Parabéns, maninho! :)
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Tinha tanto para dizer mas não há tempo. Só digo para não acreditarem em tudo ;)