Ontem fui jogar ping-pong. Ao chegar a casa, encontro-a a ver uma novela nova que ela não vê.
- Já estás a ver outra novela?
- Não, eu não vejo esta. Só estou à espera que a outra comece que está quase.
- Ok. Posso mudar de canal?
- Sim, mas quando começar, muda.
- Ok.
Fiz um zapping rapidinho e parei. Deixei num daqueles programas desportivos. Passado um minuto, ela:
- Então pedes para mudar e deixas nesses programas? Já não é a primeira vez que fazes isso. Pelo menos, põe nalguma coisa que eu também goste.
- Ups!
Afinal, há uma razão para eu ter feito isso mais do que uma vez. É que há sempre programas desportivos no ar. E entre debate desportivo (não é bem desportivo, é mais futebolístico) e debate político, opto por deixar naqueles em que apesar de, por vezes, me apetecer bater-lhes, pelo menos não me vão ao bolso.
Estive a contabilizar e existem em horário nobre 13 programas de debate futebolístico por semana. Isto sem contar com dias de jogos, que poderá elevar o número.
E agora um diálogo entre mim e eu:
- Era preciso haver tantos programas destes?
- Não, não era. Mas os canais vão atrás das audiências e se o público gosta, eles fazem mais programas destes.
- Sim, e tu és um dos que contribui para isso.
- Pois sou.
- Então cala-te!
Ah e em relação ao ping-pong, joguei 5 sets e perdi-os todos. Agora é sempre a melhorar.
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