19/02/2013

O fim do anonimato

Há bastante tempo quando o blogue dela ainda era anónimo, era normal eu ser fortemente cascado. Eu fazia asneiras em casa e pimba, levava logo com um post. Ela fazia asneira e era silêncio absoluto ou, no máximo, posts vagos a dizer que errar é humano. Ela dizia que era terapêutico para ela. Eu diria que era quase Pavloviano para mim. Basta eu portar-me mal e já estava salivar por um post.

Mas como o post é sobre anonimato, vamos lá ao que me trouxe aqui. Quando ela começou o blogue, era frequente eu perguntar-lhe a razão do anonimato e ela respondia-me sempre que assim estava mais à vontade para falar sobre o que bem entendesse. Eu dizia-lhe sempre que era uma questão de tempo até que alguém passasse a associá-lo a ela. Dizia-lhe que bastava um descuido ou menos do que isso.

Um dia ela submeteu-o a um programa de rádio. Penso que se chamava "O meu blogue dava um programa de rádio" e era da Rádio Comercial. Ela ficou contente por terem aceitado o blogue dela para o programa. A ideia era lerem posts e passarem uma música a seguir que se enquadrasse com o post. No dia em que o programa foi para o ar, ela não sabia qual o conteúdo do mesmo. Estávamos curiosos e ouvimos o programa do início ao fim.

No fim de semana seguinte fomos a casa dos meus pais. Estava reunida a família toda e uma das minhas irmãs pergunta:
- Ó Raquel, tens algum blogue?
A Raquel ficou em sobressalto. Águas calmas na sua superfície facial, mas águas revoltas fervilham-lhe o cérebro. O que teria ela escrito sobre as cunhadas e cunhados? E sobre a sogra ou sobre o sogro? Quando ia para responder, a minha irmã interpela-a:
- É que sabes, no fim de semana passado estávamos a ouvir rádio e era sobre um blogue. E a dada altura fala-se sobre o namorado e era uma situação que parece mesmo alguém a falar do Eduardo. É por isso.

Depois explicou qual era a situação e foi a gargalhada geral. Foi um alívio para ela. Foi uma vergonha para mim.

Estava desfeito o anonimato. Hoje o blogue já não é anónimo. Eu bem tinha razão. Muahaha!

E agora, para me servir de terapia, deixo-vos o link do post que deu azo a toda esta situação.

6 comentários:

  1. Ai és desse género? 'Tá bem. Vou te dar o desconto, porque entretanto já passaram mais de 4 anos.

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  2. Comer pequeno almoço à refeição é muito fixe. Se eu pudesse... mas não posso. E já agora qual foi a música que associaram ao post?

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    1. Por acaso nesta ficaram do meu lado e escolheram You Get What You Give dos New Radicals.

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  3. "Águas calmas na sua superfície facial, mas águas revoltas fervilham-lhe o cérebro." - Esta passagem foi poética.
    Afinal a ingestão de cereais em excesso tem efeitos secundários: transformamo-nos num Saramago perante a descrição do quotidiano. ;)

    pippacoco.blogspot.pt

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    1. Se dissesse lobo frontal em vez de cérebro ainda rimava, mas achei que era demais para mim. Hoje comi Cerelac. Deve ter sido disso. :P

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